Faltam educadores infantis em Viçosa

Repórteres: Adrielle, Iasmim Lamounier, Isabelle Braconnot e Maria Eduarda, estudantes de Jornalismo (UFV)


Paola Castro, que se pronunciou na tribuna, conta sobre a realidade dos educadores infantis (Foto: Maria Eduarda)

A professora substituta do Departamento de Economia Doméstica da UFV, Paola Castro, defende a inclusão de profissionais da Educação Infantil nos concursos públicos do município. Na sessão de ontem, 23 de abril, da Câmara Municipal de Viçosa, ela discursou na Tribuna Livre para defender o projeto de lei nº 014/2019, que pretende incluir educadores infantis nos concursos públicos do município. Paola é responsável por disciplinas no curso de licenciatura em Educação Infantil, graduada pela Universidade Federal de Viçosa, 2014, em Educação Infantil, e luta pela inclusão dessa área nas escolas da cidade.

Maria Eduarda: Seus colegas de licenciatura estão bem empregados na área de atuação de um profissional da Educação Infantil?

Paola Castro: Hoje temos profissionais da Educação Infantil na coordenação de escolas, projetos sociais, na Secretaria de Educação… uma das professoras do departamento universitário pensa em fazer um levantamento sobre esse tema. O enorme diferencial da graduação apresenta muita adesão no mercado.

M.E: Você sempre atuou dentro de Viçosa?

PC: Não, morei em Muriaé, Lavras, Belo Horizonte mas eu não quis sair de Minas.

Isabelle Kruguer: O que você acha que o Educador Infantil pode acrescentar na formação de uma criança comparado ao Pedagogo?

PC: Então, o que diferencia hoje esse profissional da Educação Infantil do profissional da Pedagogia é que durante toda a sua graduação ele tem contato com essa etapa especifica da educação e é uma etapa que tem muitas características que acabam necessitando de um “debruçamento” maior desse profissional. Porque a Educação Infantil trabalha com crianças de 0 a 3 anos nas creches e as de 4 e 5 na pré-escola. Então estamos falando de todo desenvolvimento cognitivo, motoro, afetivo e moral. O profissional da Pedagogia tem essa habilitação com disciplinas voltadas pra Educação Infantil, mas o professor licenciado nessa área ele tem toda essa discussão das especificidades sobre as crianças.

Adrielle Mariana: Já que mencionou sobre projetos sociais, gostaria de saber se você possui projetos sociais dentro da UFV ou um projeto próprio para crianças de 0 a 5 anos?

PC: O curso de Educação Infantil hoje atende diversos projetos ligados a educação e meio ambiente, projetos ligados a cidade, a contador de histórias, a orientação e acompanhamento de professores de instituições de educação infantil públicas do município e as conveniadas, e todos esses projetos atendem ao municípios e aos municípios vizinhos, escolas, praças como por exemplo o Quintal Solidário que acontece dentro da UFV, e ao CIACA – Consórcio Intermunicipal para Assistência da Criança e do Adolescente em situação de acolhimento institucional. Além do PIBID e da residência pedagógica que são projetos que estão acontecendo atualmente.

IK: Existe algum programa para pais e mães de primeira viagem que entra em contato com o curso?

PC: Hoje possui um curso será oferecido pela primeira vez no UNIEDES que é um curso para adultos que lidam com crianças, e estão com as inscrições abertas. Contam com profissionais da educação infantil e economia doméstica, tem como objetivo falar sobre os desafios dos cuidados com crianças no século XXI.

AM: Como o município tem lidado com a inclusão dos profissionais da Educação Infantil nas escolas?

PC: A Educação Infantil acontecia no Brasil de forma mais assistencialista. Só a partir da LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional], a Educação Infantil torna-se a ser a primeira parte da Educação básica e passa a receber recursos do Município para se manter pois a Educação é de responsabilidade, sabemos também a fragilidade do Município em garantir recursos para a Educação Infantil. A própria câmara com devoluções investiu para construção de um local apropriado pra Educação Infantil.

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