“Tudo começa pelo respeito. Juntos somos mais fortes”, afirma diretora administrativa da SOVIPA

Repórteres: Alanna Fontes e Felipe Basílio, estudantes de Jornalismo (UFV)

Logo oficial da SOVIPA

Na noite de terça-feira, 7 de maio, um dos assuntos da reunião da Câmara Municipal de Viçosa foi os maus tratos e o abandono de animais domésticos. Em nome da SOVIPA, Marly Januário utilizou da tribuna livre para expor o sucesso da ONG e pedir um maior apoio dos vereadores e da população com a causa.

Atualmente, a cidade de viçosa vem sofrendo com os inúmeros cães abandonados, que muitas vezes sobrevivem sozinhos nas ruas. É por esse motivo que a SOVIPA trabalha, tentando providenciar um lar digno e uma boa condição de vida para os cães e mais tranquilidade para a população.

Diante do assunto, a diretora administrativa da SOVIPA, Marly Januário, nos respondeu a algumas perguntas sobre a causa animal.

Repórter Alanna Fontes: De que forma você começou a se envolver com a causa animal? E quando isso passou a ser um trabalho e não  uma ideia?

Marly Januário: Quando resgatei meu cão. Ele estava debilitado, cuidei dele e me apaixonei, é um filho pra mim.

Comecei a entender o que passa um animal de rua, alimentando alguns na UFV, depois ajudando em resgate, e a 2 anos atrás me voluntariei na SOVIPA. Fomos trabalhando, vendo resultados e querendo mais.

 AF: Que maneira seria eficiente, no seu ponto de vista, para conscientizar a comunidade viçosense e ter mais apoio, tanto voluntário quanto financeiro?

MJ: Fazendo uma corrente do bem. Todos que se conscientizam, passam para mais um, aquele um, para mais um e assim por diante. Além disso, palestras em escolas, igrejas, centros sociais, todo local onde se reúnem pessoas.

Todo mundo que ver um abandono, maus tratos, deve fazer denúncia para que se acabe a impunidade, e assim a sociedade vai ficando mais consciente. É um trabalho de formiguinha.

AF: Quais os apoiadores da causa na cidade de Viçosa?

MJ: Temos uma pasta de destaque no nosso Instagram, lá tem todos os empresários apoiadores, são mais de 100! Também pessoas comuns, que apoiam nossa causa e estão sempre nos ajudando.

AF: Quantas castrações são feitas em média? Elas são somente em animais de rua?

MJ: Estamos conseguindo fazer em média 130 castrações por mês, 70% são animais de rua. Vale lembrar que todo animal que passeia sozinho pelas ruas são considerados de rua, pois são animais que podem procriar, e ser transmissíveis de doenças.

AF: Qual você acha que e a obrigação da prefeitura de viçosa com a causa animal? Eles cumprem com essas funções?

MJ: A obrigação da prefeitura, na minha opinião, é ter um Centro de Zoonoses. Também é obrigação o controle populacional, castrando estes animais e, assim, evitando doenças.

A prefeitura tem um termo de colaboração, onde a SOVIPA, elabora um plano de trabalho, e a mesma libera uma verba para executarmos este plano, porém está verba vem pela secretaria de saúde e este dinheiro só pode ser usado em castrações e zoonoses.

Acabamos de receber a verba do plano de trabalho de 2018, em março de 2019, nos comprometemos com 140 castrações e vamos conseguir fazer 300. Isto em respeito ao dinheiro público.

Vale lembrar que não é apenas responsabilidade do poder público e sim de toda sociedade, principalmente dos que não castram seus animais e os soltam na rua, ou abandonam seus filhotes.

 AF: Além disso, a comunidade universitária tem alguma responsabilidade para com os animais que vivem em seus domínios? De que forma ela poderia contribuir mais com a causa?

MJ: Infelizmente, a instituição UFV não tem ajudado a SOVIPA. Não temos desconto em atendimentos nem para os animais que vivem no campus, aliás, nem atendimento caso não seja agendado com antecedência e alguém se responsabilizar pelo custo que o atendimento do animal vai gerar. Nunca consideram emergência um animal resgatado e levado até lá. Quando acontece algum pedido de socorro para algum animal lá dentro eles passam nossos contatos para resgatarmos e alguns funcionários nos ajudam, por contra própria. Estamos ansiosos pela posse do novo reitor para que possamos ter uma possibilidade de parceria.

Acho que poderiam ajudar abrindo o hospital veterinário, com a bela infraestrutura que eles tem, para atender animais de rua. Que não seja gratuitamente, mas que seja a preços populares, para que mais pessoas se encorajem a resgatar, pois os custos têm ficado tão altos que muitos perderam a coragem. Também devem começar a considerar um animal que já não anda mais, ou com bicheiras enormes, caso de emergência.

AF: Para finalizar, você gostaria de fazer uma declaração ou algum pedido para a comunidade viçosense?

MJ: Gostaria de pedir a sociedade que conheça nossa causa, que respeite a nossa causa, que colabore da forma que puder e que se junte a nós.

Lembrando que ajudando animais também ajudamos pessoas, pois se não houver animais pelas ruas, não teremos zoonoses. Por um mundo com mais respeito a qualquer forma de vida. Acredito num mundo sem cães abandonados pelas ruas, trabalho para isto.

No dia que não tivermos mais animais abandonados e nem em situação de maus tratos, não teremos mais crianças sofrendo e nem idosos esquecidos. As pessoas não são obrigadas a gostar, mas tem o dever de respeitar.

Tudo começa pelo respeito. Juntos somos mais fortes.

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