“Nas universidades e nos sindicatos estão as principais cabeças pensantes e com garra”, afirma assessora do SINFUP

Repórter: Robert Rodrigues, estudante de Jornalismo da UFV – Contato: robertdasilvarodriguesdesouza@gmail.com

Assessora jurídica do SINFUP concedendo entrevista ao repórter.
Créditos: Isabelle Oliveira

O servidor público é uma das mais importantes figuras no funcionamento de uma cidade. O Sindicato de Servidores Públicos Municipais de Viçosa (SINFUP) é um órgão que atua em prol dos interesses dos trabalhadores públicos do município de Viçosa. Na sessão da Câmara Municipal de Vereadores de terça-feira (28), a assessora jurídica do SINFUP, Iglésias Fernanda de Azevedo Rabelo, 37 anos, falou na Tribuna Livre sobre a luta pela melhora das condições de trabalho. Iglesias é advogada, formada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) em 2005, e concedeu entrevista esclarecendo vários aspectos trabalhistas sobre as ações do sindicato e funcionamento, a diferença que pode fazer para os trabalhadores e como uma melhoria é necessária no dia a dia de trabalho dos servidores. Na sua fala, trouxe a crítica às últimas medidas do governo, como a reforma da Previdência, cortes na educação e no custeio dos sindicatos, deixando claro o quanto isso poderá impactar todas as áreas relacionadas.

Robert Rodrigues: O que te fez vir na Câmara falar sobre o SINFUP?

Iglesias Fernanda: Nós estamos num momento em que os sindicatos estão precisando ter visibilidade, precisam receber apoio. Ocupar a tribuna de uma Câmara para expor os problemas reais dos servidores é uma forma de promover o interesse da categoria. Eu, como assessora jurídica do Sindicato, sofro com os problemas dos meus clientes, então, quero atuar de forma efetiva para que eu consiga resolver os problemas que eles enfrentam.

RR: Como a falta de dinheiro afetará o Sindicato?

IF: A falta de receita para um Sindicato que é uma empresa faz com que ele tenha problemas de funcionamento, como pagar secretárias, pagar contas, manter assessorias de forma eficiente e adequada.

RR: Qual é o principal trabalho do SINFUP?

IF: O principal trabalho do Sindicato é a defesa dos interesses dos servidores públicos municipais. E essa defesa inclui todos os direitos trabalhistas previstos na lei e estatutos, bem como, assegurar boas condições de trabalho para os servidores.

RR: O SINFUP atende de forma geral os servidores de Viçosa?

IF: Nós atendemos de forma geral os servidores, mas a prioridade é atendimento ao filiado, porque o Sindicato, basicamente se sustenta pelas mensalidades sindicais pagas pelos servidores filiados. Nós temos muitos servidores que não são filiados, mas todos eles se beneficiam com as atuações do Sindicatos em prol da categoria.

RR: Como funciona esse atendimento pelo SINFUP?

IF: Para o atendimento com o jurídico, basta agendar com a secretária do Sindicato e o servidor é atendido e ele pode apresentar todas as demandas que tiver e se for possível solução jurídica sobre a nossa análise, nós tentaremos resolver de forma administrativa ou judicial.

RR: Quais as principais melhorias que devem ser feitas para os servidores?

IF: Primeiro que os servidores tenham uma recomposição salarial adequada. Infelizmente, a categoria dos servidores públicos municipais não recebe muito bem e acabam perdendo o seu poder de compra e é necessário ter um poder de compra, pois isso estimula a economia da cidade. O serviço público é o que mantém toda a estrutura administrativa, nós precisamos que o servidor público mantenha o seu trabalho com qualidade, que ele tenha condições físicas e psicológicas de atender bem a população.

RR: Qual sua opinião sobre o contingenciamento de recursos da Educação?

IF: Contingenciamento foi a palavra que usaram para privar as universidades de dinheiro, que é o mesmo que eles estão fazendo com os sindicatos. O Governo elegeu alguns seguimentos como inimigos, pois nas universidades e nos sindicatos estão as principais cabeças pensantes e com garra para lutar contra a Reforma da Previdência. O Governo retirará dinheiro desses lugares para enfraquecer a luta destas instituições.

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