Pró-Reitor de Extensão e Cultura afirma que cena cultural na UFV está estagnada

Repórteres: Laís Fidélis e Lavínia Sant’ Anna, estudantes de Jornalismo da UFV — Contato: laviniasantanna12@hotmail.com e lais.fidelis1@gmail.com

Na última segunda-feira, 10 de junho, foi realizada uma entrevista com José Ambrósio Ferreira Neto, o recém nomeado pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Viçosa.  Durante a entrevista, foram abordados temas relativos à sua área de atuação e, o atual cenário político e econômico do país e da universidade. O professor Ambrósio afirmou seu posicionamento a respeito do mandato do último reitor e os objetivos da nova gestão, que tomou posse sexta-feira, 07 de junho.  Como assumiu recentemente o posto de pró-reitor, José enfatizou suas expectativas para o futuro da pasta e as dificuldades que enfrentará na gestão, ele disse que concluirá a reforma da Casa Artur Bernardes e que fortalecerá os grupos culturais, buscando cumprir da melhor forma as necessidades da universidade. Além disso, ele aponta como os cortes feitos pelo governo afetam a Pró-Reitoria e que segundo ele deve haver criatividade para contornar essa situação. José Ambrósio é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1992), atualmente é professor Titular do curso de Extensão Rural da UFV, universidade em que concluiu o seu mestrado (1994), e doutor em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1999).

Placa da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, situada no prédio Artur Bernardes.
Créditos da foto: Laís Fidélis


 

Repórter Laís Fidélis – Como o senhor avalia o desempenho desta pasta? Ela está cumprindo seus objetivos?

José Ambrósio Avalio positivamente. A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura desempenha um trabalho da mais alta relevância dentro da UFV, haja vista que ela é responsável pela Semana do Fazendeiro, evento que ocorrerá do dia treze ao dia dezenove de julho. Além disso, a Pró-Reitoria é responsável pela gestão dos projetos e bolsas de extensão e museus da universidade. Nosso dever maior é ampliar e dar dinamismo para aquilo que já vem sendo bem feito.

LF –  Quais os planos futuros para a PEC?

JA Objetivamente, a cena cultural na UFV está estagnada. É necessário fortalecer os grupos culturais, principalmente o teatro que já foi um carro-forte da universidade. Concluiremos a reforma da casa Artur Bernardes, apesar da dificuldade pela falta dos recursos, colocando-a à disposição do público de toda Viçosa e região. Queremos fortalecer a parceria com o setor privado, para não dependermos dos recursos públicos nas ações de extensão e cultura.

Repórter Lavínia Sant’ Anna –   Como podemos avaliar a última reitoria e qual a sua expectativa para o próximo reitor?

JA Em relação última administração, ela [a ex-Reitora da UFV Nilda de Fátima Ferreira Soares] cumpriu adequadamente as suas missões. A Universidade poderia estar funcionando melhor, algumas coisas poderiam ser diferentes, entretanto, é mais importante olhar para o futuro do que olhar para o passado. O foco da administração presente é o trabalho, mirar naquilo que cumpriremos da melhor maneira.

LS – Quais os maiores problemas da sua pasta?

JA Temos uma diversidade muito grande de demandas, recebemos muitas solicitações de apoio para eventos, congressos e projetos de extensão. Apesar da dificuldade para atender esta demanda, a PEC possui uma estrutura de servidores muito forte, facilitando o trabalho do reitor.

LF – Qual o orçamento de sua pasta?

JA Não sei, a estrutura de administração pública não funciona com um orçamento fechado. A cada projeto de extensão realizado e financiado, a Pró-Reitoria recebe 2,5% desse montante. Logo, não temos um orçamento fixo, mas esse montante garante bolsas de extensão e assistência estudantil. A receita financeira é necessária, mas a cena cultural pode ser dinamizada sem dinheiro, pois já possuímos os equipamento e, para PEC, a criatividade é mais fundamental.

LS – Desde o último mandato para o atual, houve aumento ou diminuição deste orçamento?

JA Como gestor da Pró-Reitoria, não tenho uma obsessão em controlar nosso orçamento, evidentemente que tenho uma responsabilidade de gastar dentro daquilo das nossas possibilidades, mas não sei dizer qual foi o orçamento da PEC no ano passado e qual será esse ano efetivamente.

LF – Qual sua opinião sobre o contingenciamento e como contornar a falta de recursos?

JA O maior cuidado que devemos ter, neste momento, é usar os recursos com parcimônia e responsabilidade, não é porque vivemos em abundância que não temos que ter responsabilidade. Os cortes afetam a Pró-Reitoria diretamente na licitação para equipamentos da semana do fazendeiro, onde já sentimos o corte dos 30%. Mas não adianta se rebelar e perder a esperança, o importante é termos foco no trabalho. Devemos buscar alternativas de financiamento dentro do próprio poder público por outros caminhos que não o orçamento do governo federal, buscando parcerias com a iniciativa privada e usando a criatividade para trabalhar na diversidade, pois ela nos obriga a sermos mais criativos e buscarmos soluções que muitas vezes não são fáceis.

LS – Como a falta de recursos afeta os projetos extensionistas e culturais da UFV?

JA – Não posso dizer, neste momento, que faltam recursos para os projetos de extensão e de cultura da UFV. Do ponto de vista da cultura, para muitas coisas da cena cultural não precisamos de dinheiro, precisamos de criatividade. Os artistas que nós temos aqui dentro da UFV podem dinamizar a nossa cena cultural sem necessidade de recursos novos. Então, ainda não é mensurável o impacto do corte anunciado em relação às atividades da Pró-Reitoria, isso talvez vá se materializar nos próximos meses, a partir do momento que os recursos forem efetivamente contingenciados.

 

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