Devido ao surto causado pelo Covid-19 as eleições municipais correm o risco de ser adiadas. E toda essa situação divide a opinião dos vereadores de Viçosa. Confira!

Maioria dos vereadores de Viçosa se posiciona a favor do adiamento das eleições municipais

Por Alexandre Leite e foto por Antônia Beatriz, estudantes de Jornalismo da UFV

Devido à crise causada pela Covid-19, as eleições municipais, que estão planejadas para outubro, correm o risco de serem adiadas. E essa possibilidade vem dividindo a opinião de alguns políticos, inclusive os vereadores de Viçosa.

Nossa equipe entrou em contato com os vereadores da Câmara Municipal de Viçosa, para saber qual a opinião que eles têm a respeito do possível adiamento das eleições. Conseguimos contato com 14 dos 15 vereadores de Viçosa, e até o fechamento dessa matéria, apenas 11 vereadores se propuseram a responder a pesquisa.

Arte: Alexandre Leite / Jornal de Viçosa

Como pode ser observado no gráfico acima, a maioria dos vereadores que responderam à pesquisa concorda com o adiamento justamente pelo fato de uma eleição poder acarretar em um alastramento ainda maior da Covid-19 entre a população, no momento da votação. No entanto, os vereadores que concordam com essa decisão pontuam que são a favor do adiamento desde que as eleições aconteçam ainda neste ano e que não haja uma prorrogação no tempo de mandato dos políticos.

Como é o caso do vereador Wallace Calderano, que em entrevista à equipe do Jornal de Viçosa afirmou que se caso, o adiamento das eleições seja para o ano que vem, ele já muda de lado e se posiciona contra o adiamento.

“Se a eleição for adiada para dezembro deste ano, dando a oportunidade dos vereadores se prepararem mais e dos partidos se prepararem mais, e que seja possível fazer uma eleição organizada, eu sou totalmente a favor. Mas caso as eleições sejam adiadas para outro ano, que seja em janeiro de 2021, eu já sou contra. Pois isso irá estender o mandato dos atuais, tanto vereadores quanto prefeito, e acredito que é errado mudar as regras do jogo com ele em andamento”

Wallace Calderano, em entrevista ao JV

Além de Wallace, os vereadores Carlitos Alves (Meio Kilo), Edenilson Oliveira, Sávio José, Helder Evangelista, Idelmino Ronivon, Geraldo Andrade, Raimundo Guimarães e a vereadora Brenda Santunioni, também se posicionaram a favor do adiamento.

Já o argumento contrário, como é o caso de Ronildo Ferreira, é o de que, como o Brasil é um país muito grande, pode haver algumas regiões onde a situação da Covid-19 possa estar mais controlada, possibilitando a realização das eleições e outras onde a situação pode estar mais crítica, impedindo que as votações ocorram.

“Como a eleição ocorre no Brasil todo, de repente, pode haver alguma região que esteja com uma situação melhor, possibilitando a eleição, mas podem haver outras regiões onde não seja possível ter. E nós sabemos que a eleição é feita no Brasil inteiro, em um só dia. Além disso, nós (aqui Ronildo se refere aos vereadores) fomos eleitos para um período de 4 anos, e no dia 31 termina o nosso mandato”

Ronildo Ferreira, em entrevista ao JV.

No entanto, Ronildo reconhece que pelo cenário atual em que se encontra o nosso país será muito difícil que as eleições aconteçam normalmente em outubro.

O restante dos vereadores, procurados pela equipe do JV, optaram por não se posicionar ou não responderam a pesquisa até o fechamento dessa edição.

A definição do adiamento ou não das eleições está sendo discutida e deve ser definida nos próximos dias. O ministro Luís Barreto, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), garantiu ter alternativas para que as eleições municipais não sejam adiadas, como por exemplo, realizar o processo em mais dias. E ainda completou que a prorrogação das eleições só irá acontecer em caso de “risco grave a saúde da população”, atestada por autoridades sanitárias. Uma das principais preocupações de Barroso é justamente a mesma com as quais muitos vereadores locais pontuaram: Não estender o mandato dos prefeitos e vereadores, uma vez que isso seria “um problema constitucional”.

Uma comissão mista, composta por deputados e senadores, debate o adiamento da data das eleições municipais para meados de novembro ou início de dezembro, sem a prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos e vereadores. Esse grupo deve propor um texto para ser analisado também pelo TSE, antes de ser votado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.

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