Por: Guilherme Alves, estudante de Jornalismo da UFV.

Segundo o levantamento mais atual em relação à propagação de Covid-19 em Viçosa e outras cidades da macrorregião Leste do Sul, as confirmações de novos casos estão acontecendo em um intervalo menor do que em comparação com o mês passado. Diante disso, a região que tem Viçosa, Ponte Nova e Manhuaçu como referências, entra hoje (09) no período de possível aumento da curva de contaminação da pandemia, o que pode levar ao pico da doença.

Com isso, em entrevista exclusiva ao Jornal de Viçosa, o secretário de Saúde, Marcus Schitini, afirmou que no período de 09/06 até 21/06 será analisado o aumento de casos na cidade e, se for necessário, será tomada a decisão de suspender os procedimentos médicos eletivos e fechar novamente o comércio. Mas ressaltou que isso só será decidido se Viçosa ligar o “sinal vermelho” para a pandemia.

“Eu vou deixar de tratar as pessoas ou fazer o fechamento do comércio?”

– Marcus Schitini

Para que Viçosa atinja tal nível, a taxa de isolamento na cidade deverá ser menor do que 50%; a incidência de contaminação ser de 30 a 33 pessoas simultaneamente, num período de uma semana epidemiológica ou no corrente de 15 dias; e a ocupação dos leitos de UTI deverá ultrapassar os 60%.

Atualmente, os números ainda se encontram controlados, segundo o secretário. Viçosa possui, de acordo com o último levantamento, 50,5% de isolamento populacional; o número de incidência de contaminação é de seis a sete pessoas por semana; e a taxa de ocupação dos leitos de UTI por conta da doença é de 15,3%.

Em relação ao nível de isolamento, o secretário de Saúde do município afirmou que o desejado em Viçosa é de pelo menos 50%, mas que será realizada uma campanha para que esse número chegue até a 60% e impeça uma possível superlotação dos leitos.

Ainda de acordo com Marcus, a meta de isolamento proposta pelo estado de Minas Gerais é de 60 a 70%, mas todos os municípios de MG estão abaixo desse número. Segundo ele, o que fez Viçosa se diferenciar dos demais quanto ao número de casos e óbitos pelo vírus, foi ter agido rapidamente.

“Todos os municípios do estado estão abaixo da média, mas a diferença é que Viçosa conteve o vírus antes de boa parte dessas cidades. Viçosa agiu parecido com Florianópolis, que parou em 16 de março, nós paramos dia 21. Ou seja, antes do vírus entrar”

– Marcus Schitini

Vale lembrar que Florianópolis (500 mil habitantes) tem atualmente 946 casos confirmados da doença e oito mortes, sendo usada como uma das referências no combate à pandemia. Viçosa, por sua vez, com as confirmações de dois novos casos nesta terça-feira, atingiu a marca de 32 infectados.