Por Alexandre Leite, estudante de Jornalismo da UFV

Empresários de Viçosa lançaram nesta segunda-feira (24/08) uma petição na internet, na qual apelam para o cancelamento do sistema de rodízio de CPF implantado em Viçosa no dia 22 de abril, pelo prefeito Ângelo Chequer. Segundo a classe, “a medida está afetando drasticamente a economia local, que já está passando por profundas transformações”, e “impede a sobrevida das empresas”. A petição já conta com cerca de 2.800 assinaturas. Para acessa-la clique aqui.

Em nota, a Casa do Empresário também criticou a medida. Segundo a entidade, “a restrição adicional de circulação com base no número do CPF, em nada agrega. Simplesmente limita os direitos dos cidadãos viçosenses, inclusive prejudicando ainda mais a atividade empresarial de Viçosa, importante motor na geração de emprego e renda para o Município”.

A classe ainda cita o exemplo dos empresários de restaurantes, que precisam abastecer seus estoques diariamente, principalmente com itens de hortifrutis. E por isso acabam sendo muito prejudicados pelo rodízio de CPF.

Os empresários ainda apresentaram uma segunda alternativa, caso o prefeito Ângelo Chequer considere inviável o cancelamento do sistema de rodízio de CPF. A alternativa apresentada foi a realização do rodízio em números pares e ímpares. O que, segundo o empresariado, “aumentaria a possibilidade de vendas”.

Procurado pelo JV, o prefeito Ângelo Chequer se posicionou sobre o assunto. Segundo ele, antes de ser implantado, o sistema de rodízio de CPF  foi amplamente discutido com a classe empresarial e econômica do município, tendo sido aprovada. E complementa dizendo que ainda defende o sistema de rodízio, já que esta não é uma medida isolada, e sim faz parte de um conjunto de ações municipais focadas únicas e exclusivamente em manter a rotina do município dentro de “um novo normal”, com segurança e organização.

O prefeito ainda afirma que o COES e o conselho técnico atuam avaliando e sugerindo medidas que serão úteis no combate ao coronavírus. E informa que a próxima reunião para debater o assunto acontecerá em setembro.

Uma petição a favor do sistema de rodízio de CPF também foi lançada na web e já conta com quase 1000 assinaturas. Para acessar a petição clique aqui.

De acordo com os apoiadores, o sistema de rodízio de CPF têm se mostrado altamente eficaz na prevenção da contaminação pela COVID-19, e vem sendo, inclusive, copiado por outras cidade.

Além disso, os mesmos alegam que o comércio de Viçosa tem funcionado plenamente mediante o rodízio de CPF’s, promovendo a toda classe lojista a oportunidade de pleno funcionamento de acordo com as medidas de segurança e higiene necessárias.

Confira na íntegra o posicionamento do prefeito Ângelo Chequer em relação ao sistema de rodízio de CPF.

“Tive conhecimento da petição e acho legítima qualquer manifestação democrática de qualquer setor da nossa sociedade. O sistema de rodízio de CPF foi implantado em abril [começou a valer no dia 22 de abril] e, antes de ser previsto em decreto, foi amplamente discutido com a classe empresarial e econômica do município, tendo sido aprovada. O nosso conselho técnico e o COES atuam em prol da sociedade, avaliando e sugerindo medidas que serão úteis no combate ao coronavírus. A próxima reunião acontecerá em setembro. Defendo o sistema de rodízio porque ele não é uma medida isolada, e sim faz parte de um conjunto de ações municipais focadas únicas e exclusivamente em manter a nossa rotina dentro de um ‘novo normal’, com segurança e organização. Desde quando retomamos nossas atividades produtivas, não recuamos uma vez sequer e mantivemos todos os nossos estabelecimentos abertos. Vimos cenários diferentes em várias cidades o país, inclusive aqui em Minas, na capital. Portanto, avalio como uma forma positiva de manter o comércio ativo no momento, mesmo durante uma pandemia que, reforço, é global e não localizada somente em Viçosa. Economias do mundo inteiro sofrem com o vírus. E aqui, estamos sofrendo também, mas tentando fazer o melhor, com sabedoria”. 

Ângelo Chequer, em resposta ao JV